As rupturas do menisco, muito frequentes entre os jogadores de futebol e praticantes de outras modalidades esportivas, também podem acometer pacientes em idade muito precoce. Com o aumento da participação de atletas mais jovens e o alto nível de competitividade que vem sendo exigido desta faixa etária, é cada vez mais frequente encontrarmos crianças e adolescentes com lesões graves desta estrutura tão nobre do nosso joelho.
Cada joelho possui dois meniscos, um do lado interno (medial) e um do lado externo (lateral). Eles apresentam formato de meia-lua e têm como principais funções amortecer o impacto da pisada, melhorar a estabilidade articular e ajudar na distribuição do líquido sinovial (líquido que lubrifica nossas articulações) dentro do nosso joelho.
Uma criança ou um adolescente com queixas de dor no joelho que não melhora com repouso e medicação pode estar apresentando um quadro de lesão do menisco, principalmente se a dor ocorreu após uma torção do joelho ou esforço físico aumentado. Queixas de dor que piora com atividade física, joelho “trancando ou travando” e inchaço devem levantar esta suspeita. Alguns pacientes, em torno de 3 a 5%, já podem apresentar, desde o nascimento, os meniscos em um formato um pouco diferente. Ao invés da forma clássica de meia-lua, apresentam forma de disco, sendo por isso chamados de meniscos discóides. Estes pacientes tem um risco ainda maior para sofrer uma ruptura do menisco.
O tratamento de uma ruptura do menisco leva em consideração alguns fatores como a idade do paciente, tamanho, formato e localização exata da ruptura, além dos sintomas relacionados com o tipo da lesão encontrada. Muitas vezes pode ser tratada sem cirurgia onde deve ser realizado um acompanhamento do paciente por um período até que seja observada sua cicatrização. Em lesões maiores ou que não apresentam melhora, deve ser considerado o tratamento cirúrgico, normalmente feito por videoartroscopia, onde pode ser realizada uma sutura, ressecção parcial ou até mesmo total da estrutura machucada.